Acabei

E como sempre, fico com a nostalgia dos livros acabados e já com saudades.

É verdade que a história é previsível mas ainda assim me fez "sonhar".
Admito que não sou admiradora do escritor/jornalista/sei lá o quê, até porque ultimamente tem tido umas opiniões muito tristes acerca daquilo que faço. Mas gosto dos romances (já gostava das crónicas) que escreve.

Gostei do Equador, gostei deste Rio das Flores.

Reconheço-lhe alguma influência queirosiana, no modo como descreve os lugares, as pessoas, embora não tão exaustivo, mas eu gosto (Eça é da minha eleição, desde o 1º momento), sinto-me parte da história, quase que vejo o que leio, quase sinto os cheiros, quase estou lá.

Encontrei por lá umas pérolas:

"Há decisões que se tomam e que se lamentam a vida toda e há decisões que se amarga o resto da vida não ter tomado. e há ainda ocasiões em que uma decisão menor, quase banal, acaba por se transformar, numa decisão imensa, que não se buscava mas que vem ter connosco, mudando para sempre os dias que se imaginava ter pela frente." (...)

Início do Capítulo XVIII

"Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murumura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. E quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou."(...)

Capítulo XIX