Não podia deixar de falar como é óbvio do grande acontecimento do Verão 2008.
Fica o registo da prestação algo lamentável da maioria dos nossos atletas, que de olímpicos têm pouco (salvo honrosas excepções), que com desculpas ainda mais lamentáveis nos brindaram (mais valia estarem calados...), ora veja-se:
- " Quando entrei no recinto percebi que a égua estava com medo e preferi desistir" , Miguel Duarte (Cavaleiro)
- " Entrar neste estádio cheio bloqueou-me", Arnaldo Abrantes (Velocista)
- "Havia vento", Marco Vasconcelos (Badminton)
- não sou "muito dada a este tipo de competições", Vânia Fernandes (Martelo)
Valeu pela humildade, esforço e dedicação de dois atletas que de certeza ficam para a história deste país e que foram exemplo para os outros participantes (assim se espera), o rapazinho de sorriso cativante e de molas nos pés, Nelson Évora e a menina grande mulher, Vanessa Fernandes.
Pois imaginem que o nosso Nelson se lembraria de não saltar porque estava a chover ... E que a nossa Vanessa não corria porque a poluição era muita...
São estes pequenos grandes pormenores que fazem os vencedores!
E quando o hino tocou, mesmo não sendo português nascido, o rapazinho de molas nos pés fez questão de trauteá-lo e bem, e perante o olhar de muitos portugueses de certeza arrepiados, brilhou ainda mais ...
Mas a participação portuguea não se ficou, felizmente, só pelos atletas, também as empresas portuguesas foram à conquista.
Podemos sentir que as medalhas de Michael Phelps também são um bocadinho nossas, de certeza que o seu fato de banho LZR Racer, produzido pela Petatrex (empresa têxtil de Paços de Ferreira) em parceria com a Speedo, NASA e o Instituto Australiano de Desporto, impermeável e capaz de reduzir o atrito entre 5% e 10% foi um dos contributos para tantas vitórias (8).
Outra empresa têxtil de Paços de Ferreira, a Profato, arrecadou 9 vitórias, ao vestir nove selecções olímpicas (a nossa incluída).
Os caiaques utilizados na maioria das competições, cerca de 80%, foram igualmente produzidos em terras lusas, pela M. A. R. Kayaks, empresa esta que já tinha "participado" nos Jogos de Atenas em 2004.
Resta-nos esperar que nos próximos quatro anos a preparação para os Jogos de Londres, seja feita com o rigor, a disciplina e o empenho necessários para que, sobretudo se tenha orgulho na participação dos nossos atletas, que mostrem que deram o melhor de si e aí sim, ainda que não ganhem medalhas, poderá na mesma ficar a sensação de dever cumprido.
