Pedaços de Tempo ... Pedaços de Nada ... Pedaços de Tudo

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

No strings attached



Despretensioso, comédia romântica pura e dura.

Duas pessoas acham que controlam aquilo que sentem... acabam por perceber que NÃO conseguem controlar absolutamente nada (ainda que lutem contra isso).

"You never choose for who you might fall in love and you can never choose when and how it happens"

Para os românticos, ou para quem quer passar um par de horas bem disposto, ou ainda para quem apenas quiser ver o rabiosque do jeitoso do Kuchter...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Hurricane



No matter how many times that you told me you wanted leave
No matter how many breaths that you took you still couldn't breathe
No matter how many nights that you'd lie wide awake to the sound of the poison rain
Where did you go
Where did you go
Where did you go

As days go by
The night's on fire

Tell me would you kill to save a life
Tell me would you kill to prove you're right
Crash crash
Burn let it all burn
This hurricane's chasing us all underground

No matter how many deaths that I die I will never forget
No matter how many lives that I live I will never regret
There is a fire inside of the heart and a riot about to explode into flames
Where is your God
Where is your God
Where is your God

Do you really want
Do you really want me
Do you really want me dead or alive
To torture for my sins
Do you really want
Do you really want me
Do you really want me dead or alive
To live a lie

Tell me would you kill to save a life

Tell me would you kill to prove you're right
Crash crash
Burn let it all burn
This hurricane's chasing us all underground

The promises we made were not enough
The prayers that we had prayed were like a drug
The secrets that we sold were never known
The love we had the love we had
We had to let it go

Tell me would you kill to save a life
Tell me would you kill to prove you're right
Crash crash
Burn let it all burn
This hurricane's chasing us all underground

This hurricane
This hurricane
This hurricane

Do you really want
Do you really want me
Do you really want me dead or alive
To torture for my sins
Do you really want
Do you really want me
Do you really want me dead or alive
To live a lie

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Não te amo"

Não te amo, quero-te: o amar vem d’alma.
E eu n’alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas' - Aniversário hoje -

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Desabafo de uma professora desalentada

Porque estou indignada e porque escrever sempre me acalmou e sossegou a alma...

Sou PROFESSORA, tenho 15 anos de serviço, quase nada comparado com tantos outros colegas de profissão. Já dei aulas a todos os níveis (do 7º ao 12º), a todos os cursos, já participei activa e entusiasticamente em projectos que fiz nascer, outros que acarinhei e quando os colegas mais velhos sentenciavam "ah isso é porque ainda és nova, vais ver daqui a uns tempos" ( e os tempos eram outros...) eu sorria e pensava para mim "eu nunca vou ser assim, desalentada".

Hoje quem escreve é uma professora zangada, desmotivada e sobretudo indignada com a falta de respeito que se tem por esta profissão neste país, começando por aquele que devia ser o principal protector da instituição que é a Escola: o Estado.

O motivo? Podia ser um de entre tantos, mas hoje é este: um calendário, o dos exames nacionais do ensino secundário, exames que serei professora classificadora nomeada pelo Director do meu estabelecimento de ensino (sabendo que o faz em consciência, cumprindo com os critérios pedidos e consideração) cargo que sou obrigada a aceitar no âmbito dos deveres da profissão (este facto ainda por esclarecer) e a assinar um contrato de 4 anos, de deveres e sem direitos.

Os pormenores: o exame da disciplina que serei classificadora realiza-se no dia 27 Julho de 2011, ora eu não sei (ou melhor talvez saiba, ou desconfie) como é a vida dos Srs que elaboram estes calendários mas a minha conheço bem, tenho dois filhos que iniciam férias no final de Junho e que são privados da mãe tantas vezes durante o ano porque há testes e fichas e trabalhos para corrigir, reuniões para comparecer, relatórios para preencher, actas a fazer e ainda por cima não pode faltar (como os outros encarregados de educação) ao trabalho para as actividades da escola deles e até comparecer às suas reuniões.
Como explicar também aos meus que agora também das férias de Verão me querem roubar parte?!

Mas estamos em Portugal e por esta altura (se é que alguém lê estas coisas soltas) já se levantam vozes "acho muito bem, os professores não fazem nada, vão dar umas aulas e já está e têm férias três vezes por ano, queixam-se de quê..."
Esquecem-se que qualquer trabalhador pode tirar férias na altura que bem entender do ano, nós não. O tempo que chamam de férias (pausas lectivas) a maioria de nós passa a preparar as aulas do período seguinte e a organizar as coisas que não teve tempo antes já que durante os períodos lectivos estamos demasiado "ocupados" em ser administrativos, educadores, psicólogos, assistentes sociais, e alguns até empregados de limpeza. E não, não estou a exagerar!

Ser professor neste país é ser isto mesmo e ainda mais, é ser bode expiatório de todas as políticas educativas, e ainda ter que enfrentar todos dias alunos que não querem ir à escola, não querem estudar, são mal educados e o único objectivo que têm na vida é ter dinheiro a qualquer preço, de preferência sem trabalho. Alunos que faltam meses às aulas mas que ainda podem ser salvos por um qualquer milagre previsto na lei e ainda se riem dos parvos dos professores que passaram o seu tempo a elaborar planos de recuperação/acompanhamento e o raio que o parta.

Perdoem-me aqueles que não são assim, felizmente que os há, mas são poucos, muito poucos... cada vez menos... (pelo menos no ensino público)
E se antes ainda valia a pena hoje em dia não me chega.

Somos muitos professores a ganhar o mesmo mas enquanto eu estiver em Agosto a classificar talvez 60 provas de exame, haverá outros que estarão com as famílias de férias e no final do mês o pagamento será o mesmo. Se isto não é injustiça é o quê?!

Mais, terei que assinar um contracto de 4 anos para ser classificadora de uma disciplina que se calhar não darei mais pois com os projectos que o Estado tem para a remodelação dos currículos provavelmente ficarei sem horário na escola secundária onde estou e terei que ir para a básica do agrupamento ou seja, nem professora do secundário serei, mas isto faz algum sentido?!

Em 15 anos tive muitos momentos bons, passaram-me pela mão excelentes pessoas, ganhei grandes amigos (colegas e alunos) mas para mim neste momento acabou.

Alguns pensarão que estou a exagerar, a dramatizar, mas quem me conhece sabe que eu sou assim e esta foi a última enorme falta de respeito (e nem falei nos cortes de ordenado, da avaliação dos professores, na formação...)

Hoje a Escola como instituição não me diz nada e isso deixa-me sobretudo triste porque eu preciso de acreditar nas coisas mas neste momento não consigo acreditar em nada. Sinto-me profundamente desrespeitada.

Não quero que os meus filhos cresçam e sejam educados num país assim, lamento profundamente e no que depender de mim tudo farei para que este não seja o futuro deles, porque isto não é futuro.

Radical, exagerada, desalentada, o que quiserem...

Hoje perdi um pouco de mim!